Apesar parecer algo novo, o Transtorno Bipolar (TB) começou a ser relatado desde o final do século I (a.C.) por Areteus da Capadócia. Na época, Areteus descrevia diversos indivíduos em um estado muito semelhante ao que chamamos hoje de mania. Mas, além disso, foi o primeiro a associar a mania com a depressão (melancolia) e descrever como indivíduos alternavam entre esses dois episódios ao longo da vida.
Já na metade do século XIX, dois psiquiatras franceses, Jules Falret (1794-1870) e J.F. Baillarger (1809-1890) formularam as primeiras ideias explícitas acerca do TB. Ambos defendiam a ideia de que mania e depressão representariam diferentes episódios de uma mesma patologia e não eram adeptos da ideia de que cada sintoma representaria uma nova doença ou um caso de “psicose única”
Falret em 1851 e Baillarger em 1853, então, chegaram a descrever basicamente a mesma doença, chamada de loucura circular por Falret e de loucura de dupla forma por Baillarger.
Finalmente, em 1899, Emil Kraepelin descreveu a Psicose Maníaco-Depressiva (PMD), uma das descrições mais precisas e semelhantes com aquilo que chamamos de Transtorno Bipolar. O autor analisou os estados de transição das crises de manias e malancólicas, além dos estados mistos. Ele também separou a PMD da esquizofrenia (conhecida como demência precoce, na época).
De lá para cá, a principal diferença da PMB dos modelos atuais de compreensão do TB se encontra na separação feita por Jules Angst (na Suiça) e Carlo Perris (na Suécia) que publicaram trabalham independentes, os quais indicavam pacientes sofriam apenas de depressão, hoje conhecida como depressão unipolar (depressão maior ou distimia).
Além disso, o conceito original de PMD sofreu outras subdivisões por meio de estados menos graves de sua manifestação, diferenciando o Transtorno Bipolar entre tipo 1, 2 e ainda a ciclotimia.
Add a Comment